quarta-feira, 14 de abril de 2010

Lágrima de Deus



Ali mesmo ele chorou. Deixou sair dele algo que não queria. Que ironia. E pensar que algo que se expande de dentro dele estaria o aprisionando. Mas foi, sim. conversou com ela pelo chat e esqueceu que sua mãe estava no quarto ao lado. A porta trancada parecia distanciá-la de qualquer pensamento que o aproximasse de sua imagem imaculada.


Foi tão simples clicar na webcam e observá-la fazer de tudo diante dele. Assim como ele também o fez. Era daquilo que eram feitos os sonhos, pensou por um instante. Se tinha um momento que ele gostaria de eternizar na sua memória, seria aquele. Qualquer pudor que ele um dia pensou em ter se dissipou naqueles três minutos.

Num rompante momentâneo, encarou uma quarta dimensão, onde via a si mesmo entregar-se tão profundamente ao seu corredor da morte. A tensão entre o que via e os prazeres que sentia explodiu.

E, depois de encerrada sua jornada, chorou. Ali mesmo. Por que tinha a certeza de que permaneceria naquela prisão o restante de seus dias. Algoque Deus observou e O entristeceu profundamente.


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