terça-feira, 20 de abril de 2010

Ares de Bonérgio



"Podem dormir!". Assim disse aquela voz que ouvíamos todas as noites. Olhei pra cima e vi as estrelas que nos cobriam. Seu brilho se distinguia cada dia mais, esquecendo de como um dia poderia ter sido eterna. Brilhava mais pra mim, que a enxergava e, talvez, pensasse nela como alguém, como viva. Os olhos alheios me esqueciam e pareciam adentrar seus sonhos sem nem pestanejar. Mas ela me instigava a cada segundo. Olhar e observar o que cada....

Entrei. Cheguei. Ares de bonérgio me cercam. Poeira estelar por dentro de meus pulmões. Flutua, menino, flutua. Ninguém mais te envolve em suas mões ou te prende pelos pés. Nem essa gravidade, tua adversária, te impedirá de alcançar o que teu coração anseia. Nunca mais humano. Esmaeci. Onde fico? Onde me fluo?

Voltei. Ainda estão ao meu lado os olhos alheios. Por um momento de devaneio, te conheci por dentro, estrela. Levo um pouco de ti comigo. "Podem acordar". E preparamo-nos para um outro dia de arado naquele gramado.



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