domingo, 17 de março de 2013

Estar

E eu passei esse dia ouvindo a minha própria voz. Ela falava comigo todos os dias e eu (imagine!) não mais conseguia ouvir aquilo que eu mais desejava fazer: estar. Sim, você leu direito. Queria estar ao invés de ser. essa condição me parece um pouco menos sólida, mais flutuante... mutante, porque não dizer?

Era o que eu precisava nesse instante: um dia, ser um; noutro, outro. Aquela sexta-feira em que conheci aqueles olhos que vislumbravam toda maestria que eu parecia demonstrar enquanto destilava ensinamentos que, às vezes, nem eu mesmo acreditava. Como seria possível, deste jeito, inspirar a tantos? Será mesmo que sou este que todos acreditam que eu seja?

Neste instante, encontrei a solução: preciso acordar para 'estar' alguém e não 'ser' alguém. O ser lembra sólido, contínuo, corrente... e estar é efêmero, fugaz, mutável, como mais me pareço. No mesmo instante em que quero fugir com o circo e ter a fortuna que um Jobs sonhou tanto para conseguir... 

Como posso eu serr satisfeito se, daqui a cinco minutos, a fome e a sede de ser mais logo me aparecem?