quinta-feira, 31 de março de 2011

Papéis ao Vento


Acordou ao meio-dia. Um pouco de jazz para aproveitar o resto do dia. Pegou o capacete da moto e saiu disparada. Era o que queria da vida naquele instante: sentir o vento no rosto, por dentro da camisa, desequilibrando-se de tudo que o estava por vir no seu dia.

Parou. Chegou. Era sua culpa de que nada mudava. Queria permaneecer naquela estrada. Permanecer andando, sem olhar para trás em nenhum segundo.

Bom dia, chefe. O que tem pra hoje?

Pilhas de papéis. Todos os processos, documentos e planilhas que poderia ver na vida estavam naquela pilha. Um vento entrou sem saber de onde vinha nem para onde ia e carregou todos para dentro de um bueiro no meio da sala.

Cristina? Assim ouviu o chefe lhe chamando dentro do devaneio.

Não seria aquele o dia em que sentiria mais uma vez o poder do vento.


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