quarta-feira, 17 de abril de 2013

Nojento

Compartilhou via Facebook. Sim, era uma imagem nojenta de um seio carcomido por larvas. Alguma campanha preventiva, não sei. Espalhou por toda sua rede de amigos e até alguns inimigos. 

Apareceu na minha timeline. Achei estranho, quis evitar qualquer contato maior da minha retina com aquela imagem nojenta e incômoda e tentei apagar imediatamente. Sim, apaguei do meu histórico de visitas, da minha vista, tudo. Mas não da minha frente. Dali por diante, aquele seio cheio de crostas nojentas povoa qualquer branco da minha mente. Noite após noite, aquele seio visitava minhas lembranças, como se fosse impossível ignorá-lo em quaisquer condições. 

Pouco me importava o alerta que esse amigo queria me oferecer, eu queria que ele me desse a opção de não olhar para aquele seio. Por mais que fechasse os olhos ou escutasse uma música qualquer, ele continuaria. Por que ainda não inventaram aquele remédio que nos faz esquecer definitivamente as coisas? 

Me dei um tiro na trigésima sétima noite em que aquele seio povoou os meus sonhos. Nunca mais apaguei imagem alguma daquele amigo. Que amigo...