sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Seja bom


Foi o que sempre ouvi, mas nunca me perguntei realmente o que significava. O que precisava para ser bom? Seríam aquelas pequenas regras de conduta que vamos memorizando e internalizando ao longo do tempo? Era algo que precisava ser racionalizado o tempo todo? Já quis ser mau. Ao ponto de esquecer da pessoa que um dia eu pensei que fosse ou quisesse ser. Deixei essa maldade me contaminar e se espalhar por dentro do que eu chamava de alma. Fechei meus olhos e caminhei por esse viela escura que me conduzia para dentro de mim. 

Era o meu silêncio que me levava. Olhando no espelho, via todo o potencial de escárnios e infortúnios eu poderia causar. Era sério? Para que, então, eu precisaria ser bom? Por que tantos outros escolhem a maldade?

Ela os escolheu. Foi a resposta que ouvi. Na verdade, nós sempre escolhemos e somos escolhidos por ela. Nascemos maus e tentamos, em vão, ser bons. Somos vítimas de nossa própria imperfeição. Talvez o mais difícil ao tentar aceitar o mal no outro é perceber o quanto isso revela o mal que existe dentro de nós mesmos.  Sinto uma saudade imensa da minha inocência, do quão bom era acordar de manhã e simplesmente não ter de me preocupar com culpas e pecados, mas simplesmente me ocupar em crescer.

Não acredito mais em dicotomias. Deixei de lado a crença de que sou mau ou bom, mas sim, mau e bom, perfeito em todas as minhas imperfeições... mas como é difícil conviver com elas, quando se tenta ser perfeito.